Certo dia, estava eu lendo sobre parto natural, quando apareceu o nome do meu antigo ginecologista numa palestra sobre a temática. Fiquei super empolgada em descobrir que ele seguia essa linha. Minha mãe que também é paciente dele, conseguiu marcar uma consulta para um mês a frente. Esperei ansiosa e no dia da consulta fui vê-lo. Não levei livros, nem nada, apenas ansiedade. Cheguei lá, já fui super atendida pela atendente, que me deu um abraço e disse: "Nossa, você já tá com um barrigão!" Eu ri, e sentei. Até que a porta do consultório dele se abriu, e ele pediu para eu entrar. Estava sério e um pouco diferente de um ano atrás. Pegou minha ficha antiga, deu uma olhada calado, e eu fiquei pensando mil coisas nesse meio tempo, enquanto tocava um fundo musical indiano super tranquilo e relaxante. Então ele me fez umas perguntas, perguntou sobre o meu parceiro, viu os exames, disse que ia pedir outros, escutamos o coração do neném, e depois ele me olhou e disse: "Percebi que você quer ter um parto normal, estou certo?" e eu respondi: "Sim, quero o mais natural possível, eu vi seu nome numa palestra sobre o tema, era o senhor mesmo?" ele riu e afirmou que sim. Então perguntei se ele conhecia o livro Parto Ativo, ele respondeu com empolgação que sim, e disse que já ia me indicar ele, que autora é ótima e referência. Aí entrou no assunto de que existem poucos médicos que trabalham essa linha, e que ele era um desses, falou que cobrava um valor, e me disse pra ficar a vontade quanto a escolha do médico. E antes que eu respondesse algo, ele preencheu o cabeçalho de um livro fofo, e me deu, disse que falava sobre cada fase da gravidez, e que poderia ser como um diário para mim, que nele eu anotasse dúvidas e levasse para ele. Me deu também duas meias e uma vitamina. Gente, fiquei muito contente, e resolvi seguir com minhas perguntas. Falei que queria uma doula no meu parto, e perguntei o que ele achava. Ele disse: "bem, eu acho ótimo, fique a vontade, mas saiba que eu também tenho uma doula na minha equipe de parto." Achei fantástico a resposta dele. E perguntei se ele tinha alguma restrição quanto a posição de parir. E ele me disse com uma naturalidade muito grande que não. Que eu tinha que ficar muito a vontade no parto. Nessa altura, eu já tava dando pulos de alegria por dentro. Então conversamos mais um pouquinho sobre o lance de parir naturalmente, nos entendemos muito bem, e eu disse: Dr. Luiz, quero que você mesmo me acompanhe, confio no senhor, e pode parecer besteira para muitas mulheres a questão do parto, mas para mim não é. Ele respondeu com um sorriso sereno: "Então fechou, vamos ficar juntos, e não é besteira não o momento do parto, é muito importante." E me deu a mão. Nos despedimos com um abraço e ainda ganhei dois beijinhos na buchecha. Saí de lá com os olhos cheios de água, mas esperei até chegar ao carro para me derramar em lágrimas, e pensei: Encontrei meu obstetra, confio nele, sei que somente vou fazer uma cesária se for realmente necessário. E agora é seguir, tranquila e calma. E chorei mais ainda, até chegar em casa, muito, mas muito aliviada. No meio de tanta gente consegui achar alguém que me entenda e que não vá rir das minhas dúvidas e do meu modo de querer agir. É tão bom encontrar no mundo pessoas que compartilham das mesmas idéias que você, é como não se sentir só. Estou satisfeita e feliz com esse encontro, só tenho a agradecer a mãe natureza e pedir que tudo corra bem.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Encontrando um obstetra
Eu estava com mais de um ano sem ir ao meu ginecologista quando engravidei. Ele havia mudado de consultório, e suas consultas haviam ficado mais difíceis. Eu que nunca gostei muito de ir aos médicos, foi super tranquilo passar um tempo sem ir ao ginecologista.. Mas, engravidei, e como toda boa grávida, tive que ir atrás de um obstetra. Nos primeiros momentos não me ative ao meu antigo ginecologista-obstetra, e como minha cunhada ia ao seu ginecologista, pedi para fazer um encaixe na consulta pra ver se tava tudo legal comigo. E fomos. Foi ótima a primeira consulta, estava tudo bem, eu estava realmente buchuda, e o médico não havia implicado com a minha relação com meu cachorro. Então seguimos. Na segunda consulta rolou um atraso meu, e para remarcar essa segunda vez foi uma demora gigantesca, já me chatiei um pouco, pois a atendente não era simpática e nem legal, sem contar que nunca lembrava de mim. Mas enfim, consegui a tal consulta e dessa vez fui com minha irmã. Levei meu livro de cabeceira: PARTO ATIVO, levei também um exemplo de plano de parto, e algumas perguntas na cabeça. Ele me examinou e pela segunda vez disse que tava tudo bem, achava que era um menino, mas só o exame mais tarde confirmaria. E sentamos para conversar, ele sempre muito conciso, e sempre com um jeito brincalhão meio irônico. Mostrei o livro, falei de parir em várias posições, mostrei o plano de parto, e bem, recebi o que menos queria, na saída ele me disse: É, leia essa doidinha (com a autora do livro), faça sua Yoga e vamos vendo. Riu também antes quando falei de não ter o neném na posição horizontal e sim na vertical, caso me sentisse a vontade, e ele não me foi receptivo. Em meias palavras, saí de lá com um nó na garganta e me sentindo super mal.
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que lindo Dani!! me emocionei!!
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