sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Começaria tudo outra vez



Quantas vezes é preciso começar de novo para se chegar ao ponto pleno desejável?

quantas vezes é preciso mudar, mudar e mudar para se alcançar a gota azul do céu claro?

Quando se fala em realizar o que se almeja, não existe matemática, existe amor e perseverança, existe desejo, existe sonho, existem caminhadas!

Em uma sociedade como a nossa, desconfio do termo "felicidade" que estão usando por aí. O nosso interior é bem mais vasto do que toda esse exterior vazio cheio de imagens, o importante, é não se deixar enganar. Melhor tocar um violão com o som do coração, do que com uma cabeça de melão.

Eu, tu, eles e elas



que a saudade me invada e tome conta de mim

não sou só eu.

Sou tu, eles, elas e outros tantos

sou espírito livre e por espíritos livres também me apaixono

talvez por isso, sempre na próxima esquina,

um despedida, um encontro

talvez por isso sempre por saudade eu chamo


ontem, antes daquele encontro,

as plantas da minha casa tinham sede

ontem, depois daquele encontro

embebida de amores,

dei bebida as minhas flores.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Gestando!
























Os amigos na vida do casal grávidos


Botamos nossas malas nos carros, e partimos rumo a um final de semana junto ao Parque das Cachoeiras em Guaramiranga-Ce. Quando chegamos, constatamos que a cachoeira estava sem água e sem possibilidades de banho, mas isso não foi motivo suficiente para deixar nosso final de semana chato. Pelo contrário, tudo virou piada. As meninas, Leina e Alana, ficaram encarregadas de me carregarem para bater umas fotos, e só mesmo amando muito para ter a paciência e o olhar perfeito para tornar as fotos um verdadeiro book artístico. Nas fotos é possível ver amor, amizade, leveza, liberdade, irmandade, sentimentos aguçados. Com os meninos não era muito diferente, sempre muito carinho com esse novo ser dentro da barriga e comigo, sempre uma disposição em estar junto e continuar junto, tão natural como o curso de um rio. E desse modo, é inevitável que uma das coisas que mais tenho sentido nessa fase da gestação seja a energia boa dos bons amigos, uma sensação de plenitude, confiança e alegria. Me sinto muito mais forte só em pensar no carinho e no amor que nutrimos uns pelos outros. E agora, de repente, parece que virei um depósito de atenção, carinho, mimos e ...ops, não exatamente eu, o Caetano em primeiro lugar, rsrsrs. E com todo esse a redor me sinto muito amada e capaz de amar. Parece que recebi uma dádiva, um concedimento para entrar num estágio de amor maior, sabe? E acredito que isso tudo não seria possível sem meus amigos e meus familiares. Uns acreditam em mim piamente, outros, no caso dos familiares, tem seus pés atrás, afinal, eu nunca fui muito de seguir a risca certinha do modo social de se viver. E modéstia parte, me orgulho muito disso. Pois o mundo do jeito que está não é confiável nem passivo de entrega e dedicação. Prefiro mesmo me dedicar ao que acredito, mesmo sendo muito difícil seguir e dialogar com isso, e prefiro que esse nosso jeito seja repassado para nosso filho. Me sinto cada vez mais forte pra seguir com o que acredito e principalmente acreditando cada vez mais nesse amor que envolve e que derrama, e que mal não faz, isso só faz bem. Caetano chega ficou tranquilo dentro da barriga, acho que ele, assim como nós, gosta mesmo é de estar em contato com a natureza, que somos nós, mas que estamos distante dela por motivos estúpidos que não vão constar aqui. E perto da nossa natureza selvagem estão também os outros bichos que precisamos comungar, e eis que para nós, são nossos amigos. O sentimento de amor que derrama talvez seja impossível descrever, eu só tenho a agradecer por sentir isso e por fazer parte de algo maior, que só o amor conhece! Bendita seja a natureza das boas vivenças, pois ela nos concede momentos e sentidos únicos e eternos.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

cheiro de infância e bicicleta

Não havia tantos carros na época de minha infância, ou mesmo na adolescência, que já me fazem uns anos. Hoje acordei cedo, e fiquei com uma lembrança do tempo que passou, das árvores mexendo, do sol ainda não tão quente, das pessoas nas ruas indo comprar o café da manhã, e das crianças daquele tempo. Quando sai do antigo bairro que morava quando menina, que era periférico mas parecia mais um pequeno interior da capital, de nome modesto: conjunto esperança, na minha cidade batizam os bairros pobres com nomes fantásticos: jardim encantado, bom jardim, vila união, santa rosa, e por aí vai. Mas como eu ia dizendo, quando sai do meu antigo bairro de origem, me pesou a adolescência, a falta dos amigos que cresceram comigo, e lembro-me de ter sofrido muito essa mudança de localidade, meu coração parecia ter ficado lá. Mas hoje, quando me deparo com uma manhã de sol e calma, me lembro mesmo é da infância, do seu Zé da bodega que já morreu, da minha primeira bicicleta, das brincadeiras numa dessas manhãs tão belas. Lembro também da volta da escola, com minha melhor amiga, onde o divertimento era curtir o vento que parecia nos arrastar de tão magras que éramos, de sentar em qualquer banco em qualquer esquina, sim nos bairros periféricos existem bancos e praças espalhados, assim como nos interiores. Sentávamos e curtíamos a vida em sua plenitude, adorávamos as sombras das árvores e nem se quer sabíamos de sua importância. Adorávamos os fins de tarde, onde íamos num lugar que chamávamos de floresta, mas que era apenas um monte de plantas juntas e uns banquinhos espalhados perto da estação de trem. Lembro também de quando ela me chamava pra comprar cheiro verde para sua mãe e tínhamos que atravessar os trilhos e chegar numa espécie de sítio onde havia uma família que plantava e vendia verduras, naquela época o mais emocionante era a travessia e a aventura, o cheiro verde fresco ficava por conta do delicioso almoço que comeríamos mais tarde. Éramos crianças lindas e cheias de vida, corríamos entre as ruas, desbravávamos o bairro inteiro, sempre em andanças e idas e voltas ao colégio. Nos divertíamos muito, até a compra de um salgado em uma lanchonete perdida, proximo a praça da igreja, nos fazia as crianças mais felizes do mundo, ah como eu adorava pão de queijo e até hoje gosto muito. Depois veio a adolescência e aquela coisa louca que só ela nos trás. Essa fase que eu achei que ia sentir muita saudade na idade adulta, não me faz tanta falta. Acho que sinto mais falta de um ou dois ou três anos atrás quando peguei minha bicicleta pela primeira vez e pus me a correr kilometros nela, e essa, depois da sensação da infância é a sensação mais gostosa de sentir, deve ser por que me lembra exatamente a calmaria de uma vida simples, deve ser por que quando fazemos algo apenas para ser feliz, realmente somos. Então ligo as duas sensações, e vejo que elas podem ser uma e únicas. Hoje estou esperando nosso adorável Caetano, e confesso que fico bastante preocupada com o mundo que ele encontrará. Hoje são carros demais, árvores de menos, e as periferias já não se parecem tanto com interiores. Hoje as crianças não sabem mais da onde os alimentos vem, nem o prazer de sentar em baixo de uma sombra de árvore, ou pelo menos é muito mais difícil de acontecer. Esse medo permeia minha alma, mas sei que as crianças são perfeitas demais, e sempre encontram a natureza dentro de si, sem querer, com naturalidade, assim como era com nós, pois a pureza só existe lá na infância, onde ser feliz sem nem se quer procurar por isso, é tão natural como caminhar. E eu espero que ele encontre um melhor amigo ou amiga de infância, assim como eu, pois a vida compartilhada é muito mais rica de amor.


Um beijo Rebecca, esse texto dedico a você.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Caetano

Caetano começa a mexer,
pernas, mãos, cabeça.
Meu corpo fica a tremer
junto com o coração e
as minhas mãos.
Sinto ele bem mais perto de mim,
somos um,
mas somos dois corações.
Eu respiro
e sinto que tudo vai bem,
Caetano respira
e sinto o mundo mudando.
Logo logo ele vem,
ficará agarrado em meus seios,
depois se atentará ao mundo,
caminhará seus primeiros passos,
ganhará sua primeira palavra-falada,
sorrirá ao brincar com o Tiquim.
Tomara que ele puxe a calma do pai,
que ande a correr como a mãe,
e que faça tudo valer,
como só ele poderá fazer.
Tomara, Caetano, tomara!
Um dia, num fim de tarde,
pedalaremos como grandes amigos,
e apreciaremos o por do sol
e toda a vida que ele faz brotar,
igual a tantos outros Caetanos,
e único para mim.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O machismo na maternidade

Desde que engravidei consigo localizar situações machistas com mais facilidade, deve ser a sensibilidade e a questão de gerar um menino. Escuto todo tipo de coisa, como por exemplo que o pai nos primeiros dias de vida do bebê  fora da barriga é inútil. E querendo ou não acabo exigindo muito do meu companheiro, assim como inevitavelmente penso em como seria ser mãe solteira, sem a participação ativa do meu companheiro. Pra minha sorte, meu namorado é super atencioso e acredito também que vai ser um super pai, mas isso não quer dizer que eliminamos o machismo ao nosso redor, vindo tanto de amigos próximos e queridos como dos familiares e também das relações de trabalho, ambos trabalhamos em ambientes de alto grau de machismo. Hoje mesmo, nasceu a filha do meu colega de trabalho, e ele tirou sua licença de 5 dias corridos, o que também acho um absurdo, já afasta a criança do pai desde muito cedo. E acontece que no trabalho todos ficaram chateados por que ele tirou essa licença, segundo o pessoal, é desnecessário o pai nesse momento, pois ele não é pra cuidar da criança ou não sabe fazer por natureza. Que absurdo! Chamaram o rapaz até de "viadinho" por querer cuidar da sua filha. Aí existem também vários outros pequenos agravantes, quando o casal fala que tá esperando um neném, os amigos geralmente olham para o homem e dizem: "vamos encher a cara quando?" E quando descobrimos o sexo do neném é a mesma coisa: "Vamos beber para comemorar!" E quando rola o chá de fraldas, já perguntam pela bebedeira dos machos, e tem também de quando o neném nasce e quando o neném mija e tudo é motivo para o pai e seus amigos comemorarem. Poxa, acho tão desagradável essa coisa de o homem ter de beber o tempo inteiro na gestação enquanto a mulher está gerando uma vida, está se preocupando com a chegada do bebê, com a melhor maneira de cuidar, de se cuidar, de fazer um bom pré-natal, fazer um exercício legal, sair com os amigos para conversar sobre isso e coisas a mais, sem precisar ser aquela saída onde todos bebem e enchem a cara. Cada momento tem seu lugar. E a sociedade sempre puxa o homem para um lugar que não é o mais próximo da realidade de um pai presente. Já ouvi até um comentário super desagradável de uma mãe-mulher dizendo: "homem que cuida do neném faz menos sexo." Ah tá, só se for. Me incomoda o fato da mãe crescer, enquanto o pai continua naquela velha brincadeira de menino. Claro que não estou generalizando, existem homens mais maduros e que encaram a paternidade de outra maneira. Mas a maioria reage como se tivesse perdido um pedaço da vida, e precisasse aproveitar o máximo possível, como se o filho fosse roubar as coisas boas da vida dele, e a sua companheira também. E é nessa linha que seguem todos esses comentários machistas, e acentuam o lado que diz que é somente responsabilidade da mãe cuidar da criança. Que se exploda esse pensamento reacionário, egoísta, agressivo e machista. Que se explodam as pessoas que querem continuar a legitimar esse círculo vicioso de homens-meninos-idiotas-machistas que estão presente em nosso meio. Eu desejo e quero muito educar meu filho longe de tudo isso, ou pelo menos dando a possibilidade de fazer diferente. Quando as pessoas se ausentarem um pouco mais dos seus esteriótipos de gênero e forem mais Ser Humano do que um homem ou mulher, talvez tenhamos o mundo um pouco melhor. Talvez não sejam feito tanta escrotice com as mulheres, as crianças e os homo afetivos. O modelo de sociedade em que vivemos foi construído ao decorrer de muitos anos em cima de muita estupidez, e assim continuamos, mas não precisamos. E aqui fica meu repúdio aos homens que não tem a sensibilidade ou coragem de exercer uma boa paternidade, ou aos que conseguem fazer os piores comentários possíveis a respeito desse assunto.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Encontrando um obstetra

Eu estava com mais de um ano sem ir ao meu ginecologista quando engravidei. Ele havia mudado de consultório, e suas consultas haviam ficado mais difíceis. Eu que nunca gostei muito de ir aos médicos, foi super tranquilo passar um tempo sem ir ao ginecologista.. Mas, engravidei, e como toda boa grávida, tive que ir atrás de um obstetra. Nos primeiros momentos não me ative ao meu antigo ginecologista-obstetra, e como minha cunhada ia ao seu ginecologista, pedi para fazer um encaixe na consulta pra ver se tava tudo legal comigo. E fomos. Foi ótima a primeira consulta, estava tudo bem, eu estava realmente buchuda, e o médico não havia implicado com a minha relação com meu cachorro. Então seguimos. Na segunda consulta rolou um atraso meu, e para remarcar essa segunda vez foi uma demora gigantesca, já me chatiei um pouco, pois a atendente não era simpática e nem legal, sem contar que nunca lembrava de mim. Mas enfim, consegui a tal consulta e dessa vez fui com minha irmã. Levei meu livro de cabeceira: PARTO ATIVO, levei também um exemplo de plano de parto, e algumas perguntas na cabeça. Ele me examinou e pela segunda vez disse que tava tudo bem, achava que era um menino, mas só o exame mais tarde confirmaria. E sentamos para conversar, ele sempre muito conciso, e sempre com um jeito brincalhão meio irônico. Mostrei o livro, falei de parir em várias posições, mostrei o plano de parto, e bem, recebi o que menos queria, na saída ele me disse: É, leia essa doidinha (com a autora do livro), faça sua Yoga e vamos vendo. Riu também antes quando falei de não ter o neném na posição horizontal e sim na vertical, caso me sentisse a vontade, e ele não me foi receptivo. Em meias palavras, saí de lá com um nó na garganta e me sentindo super mal.
Certo dia, estava eu lendo sobre parto natural, quando apareceu o nome do meu antigo ginecologista numa palestra sobre a temática. Fiquei super empolgada em descobrir que ele seguia essa linha. Minha mãe que também é paciente dele, conseguiu marcar uma consulta para um mês a frente. Esperei ansiosa e no dia da consulta fui vê-lo. Não levei livros, nem nada, apenas ansiedade. Cheguei lá, já fui super atendida pela atendente, que me deu um abraço e disse: "Nossa, você já tá com um barrigão!" Eu ri, e sentei. Até que a porta do consultório dele se abriu, e ele pediu para eu entrar. Estava sério e um pouco diferente de um ano atrás. Pegou minha ficha antiga, deu uma olhada calado, e eu fiquei pensando mil coisas nesse meio tempo, enquanto tocava um fundo musical indiano super tranquilo e relaxante. Então ele me fez umas perguntas, perguntou sobre o meu parceiro, viu os exames, disse que ia pedir outros, escutamos o coração do neném, e depois ele me olhou e disse: "Percebi que você quer ter um parto normal, estou certo?" e eu respondi: "Sim, quero o mais natural possível, eu vi seu nome numa palestra sobre o tema, era o senhor mesmo?" ele riu e afirmou que sim. Então perguntei se ele conhecia o livro Parto Ativo, ele respondeu com empolgação que sim, e disse que já ia me indicar ele, que autora é ótima e referência. Aí entrou no assunto de que existem poucos médicos que trabalham essa linha, e que ele era um desses, falou que cobrava um valor, e me disse pra ficar a vontade quanto a escolha do médico. E antes que eu respondesse algo, ele preencheu o cabeçalho de um livro fofo, e me deu, disse que falava sobre cada fase da gravidez, e que poderia ser como um diário para mim, que nele eu anotasse dúvidas e levasse para ele. Me deu também duas meias e uma vitamina. Gente, fiquei muito contente, e resolvi seguir com minhas perguntas. Falei que queria uma doula no meu parto, e perguntei o que ele achava. Ele disse: "bem, eu acho ótimo, fique a vontade, mas saiba que eu também tenho uma doula na minha equipe de parto." Achei fantástico a resposta dele. E perguntei se ele tinha alguma restrição quanto a posição de parir. E ele me disse com uma naturalidade muito grande que não. Que eu tinha que ficar muito a vontade no parto. Nessa altura, eu já tava dando pulos de alegria por dentro. Então conversamos mais um pouquinho sobre o lance de parir naturalmente, nos entendemos muito bem, e eu disse: Dr. Luiz, quero que você mesmo me acompanhe, confio no senhor, e pode parecer besteira para muitas mulheres a questão do parto, mas para mim não é. Ele respondeu com um sorriso sereno: "Então fechou, vamos ficar juntos, e não é besteira não o momento do parto, é muito importante." E me deu a mão. Nos despedimos com um abraço e ainda ganhei dois beijinhos na buchecha. Saí de lá com os olhos cheios de água, mas esperei até chegar ao carro para me derramar em lágrimas, e pensei: Encontrei meu obstetra, confio nele, sei que somente vou fazer uma cesária se for realmente necessário. E agora é seguir, tranquila e calma. E chorei mais ainda, até chegar em casa, muito, mas muito aliviada. No meio de tanta gente consegui achar alguém que me entenda e que não vá rir das minhas dúvidas e do meu modo de querer agir. É tão bom encontrar no mundo pessoas que compartilham das mesmas idéias que você, é como não se sentir só. Estou satisfeita e feliz com esse encontro, só tenho a agradecer a mãe natureza e pedir que tudo corra bem.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sobre o amor



Onde o tempo leva o amor,
junto vai também a saudade.
O amor não se define,
muito menos se reprime,
nem por um amigo, por um cão, ou por um homem.
O amor não é só corpo, embora o seja também,
o amor não é só paixão, embora o seja também.
Convicção também não é amor,
nem solidão,
nem retração.
O amor pode ser até aquela montanha gelada e alta
que um dia alguém chega lá para beijar os pés da amada.
O amor pode ser também a simplicidade da vida, e o viver nela.
Amigos também são amores, amores também são amigos.
O que a gente não sabe explicar também pode ser isso.
O amor a gente sente de diferentes formas,
nos chega de tantas maneiras,
que classificá-lo é inútil.
Legal é sentir,
sentir é vida,
vida é amor,
mesmo com dor.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Manifestações

Só fui para a primeira manifestação até agora. Fico triste de não poder participar das barricadas, de poder junto com o pessoal organizar o movimento, e praticar a desobediencia civil, que aliás, é uma prática que muito me interessa. Estamos todos insatisfeitos com a política, com os representantes da nossa democracia, estamos insatisfeitos com o estado e suas truculencias contra o povo. Eu sou insatisfeita com o sistema que nos foi imposto, com a falta de planejamento dos orgãos públicos, e com a falta de respeito com a natureza. Sei que em meio a esses manifestantes existem aqueles que só querem assegurar seus bens, e fazer com o que o capitalismo funcione melhor, que seja mais justo. Acho bastante contraditório existir igualdade de direitos dentro desse sistema maléfico. Queria mesmo era a derrubada dele, e assim, a tentativa de algo melhor. A tentativa de sermos mais auto-suficientes, de sermos mais próximos de nós mesmo, de trabalhar em algo que valha a pena nosso suor. Sei que falando assim parece um tanto utópico. Mas, é preciso pensar lá na frente pra propor uma linha de alcance. Vejo que essas manifestações podem ser muito positivas para nós, cidadões do mundo. Vejo que o fato de começarmos a discutir política no dia a dia, de fazer política, de sermos seres políticos, pode nos levar muito a frente. Devemos esquecer isso de achar que não podemos fazer nada, devemos lutar pelo que é nosso, o estado somos nós também, embora nossa política representativa atual faça questão de separar-nos. Claro, isso é muito positivo pra quem quer comer dinheiro adoidado em nossas custas, isso é muito positivo pra quem não está nem vendo pro seu povo, pra quem só olha pro umbigo. Eu sei que somos muito diferentes, sei que muita gente mesmo estando na luta, conserva pensamentos reacionários, preconceituosos, elitista e o escambau. Mas isso tudo também pode e deve ser discutido, devemos descascar as bananas e fazer com elas o ciclo voltar a continuar. Somos Humanos, não somos escrotos, esqueçam esses valores capitalistas que vem sendo tatuados em nossas almas, esqueçam as mentiras históricas, leiam, informem-se e juntos, quem sabe, faremos do nosso meio algo vivível, pois no capitalismo é impossível respirar. Eu não estou nas barricadas de frente, onde eu gostaria de estar, por conta do bebe que carrego no meu ventre, carrego a esperança dum futuro melhor dentro de mim, por enquanto. Mas em breve estaremos juntos, pisando na terra, e modificando nossos arredores intragáveis. Transmutemos esse mundo de mazela. To com a rua, to com o povo, to com a vontade de mudança, a vontade de dialogar, de discutir política, de sermos seres atuantes. De pouco em pouco, é que se tem um montão. Desejo força e perseverança. Abraços da mamãe que carrega no peito e no ventre a esperança de dias melhores. E só pra lembrar: tem muita gente que nunca dormiu.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Com enjoos e tudo mais.

Sempre imaginei grávidas enjoando comidas e cheiros, mas não passava pela minha cabeça que se enjoava até gente, atitudes ou coisas parecidas. Bem, se não é assim com toda grávida, está sendo assim comigo. Enjoo até em pensar demais, aí depois vêm as lágrimas. Desejo profundamente que tudo isso passe logo, por que você enjoar ate a voz de algum amigo ou amiga querida, é ruim demais. Das coisas que mais gosto, quase tudo já enjoei. Cheiro de bebida é mesmo que por uma cara abusada no lugar do meu rosto. Gente gritando é quase pedir pra morrer. E gente sendo minimamente estúpida? Me da vontade de matar. Não posso ouvir um comentário machista, antes era difícil, agora está insuportável. Cheiro de café? Correr para o banheiro e lá ficar um tempinho. Do escritório que trabalho, enjoei o cheiro de todos, e consequentemente todos. Mas acho que os enjoos também está um pouco ligado a alguma coisa pessoal, talvez não necessariamente. Mas em alguns casos que tento analisar, vejo que os enjoos geralmente advém de pessoas que eu me incomodo de alguma maneira. Ah, enjoo muito atitudes egoístas, desprovidas de nenhum tipo de preocupação. Mas tento ver que isso é coisa que só a grávida, ou mulheres que já estiveram grávidas entendem, e claro, pessoas extremamente sensíveis também. Os homens, bem, quase todos não entendem nada, realmente nada, fazem comentários e tomam atitudes extremamente sem sentido em relação a grávida. Já escutei no escritório onde trabalho alguns deles olhando fotos de mulheres na internet e dizendo: essa depois que tiver filho vai ficar muito caída. E pensei: Alô, eu estou aqui. Mas não digo nada, fico só enjoada.   Sabe, as vezes, 5 dias de 7 dias da semana, não tenho vontade de ver ninguém. Não por não gostar das pessoas, que geralmente são queridas, mas por não querer incomodá-las com meus incômodos. Pois tenho vontade de ficar muuuuuuito a vontade, deitada na cama, sem fazer nenhum esforço, sem escutar quase nenhum barulho, quase nenhuma luz. Acho que ando me parecendo com um morcego. Ah, e geralmente quando as pessoas falam alguma coisa se lamentando de algo bem bobo, bem fácil de resolver, tenho vontade de vomitar. E quando elas so falam delas também tenho vontade de vomitar. Sinto muita dor de cabeça também. As poucas coisas que gosto de fazer é está na companhia daqueles melhores amigos que parecem me entender e que cuidam de mim nesse momento, que falam com delicadeza, perguntam se estou bem, pocha, isso realmente vale ouro. Essa pessoas eu sei que entendem que eu posso está chata e chorona e mesmo assim vão continuar me querendo bem, hehehe. Acho que a gravidez é uma prova de teste, em vários sentidos. Mas de qualquer maneira, espero que essa fase de enjoar passe, pois estou cansada de achar tudo um saco, todo mundo chatinho, tudo fedorento, e blá blá blá. Ah quase esqueci de mencionar, que adoro está na presença de grávidas também, ou de mamães bem valentes e guerreiras.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Me tornando mãe

Notei de repente meu corpo mudando, a vontade de não comer certas gostosuras das quais eu não negaria jamais, e sentindo um certo enjoo. Pensei: pode ser verme ou um neném. Fiz o exame de farmácia e deu negativo, mas sabe, aquilo não me saiu da cabeça. Comecei a vislumbrar a idéia de ser mãe, o quão gostoso poderia ser, no outro dia, pensei o quão desesperador também poderia ser, e caí em lágrimas, devo ter passado umas duas horas só chorando, e meu namorado do meu lado, sem saber o que fazer. Depois do chororo, me acalmei, fui jantar, e tirei esses pensamentos ruins da cabeça. No dia seguinte fui pra minha sessão com a psicóloga, e conversamos muito sobre a possibilidade deu estar grávida. Me acalmei, e lembro-me de ter comentado com alguém: se eu não estiver grávida, acho que vou ficar é triste.
Fiz o exame de sangue, e deu POSITIVO. Bem, nesse momento eu me ausentei de mim, e segui para noticiar e acalmar as pessoas próximas. Assim o fiz, com todos os meus medos, todos meus sonhos, todos meus desejos e toda minha vontade de realização. Recebi críticas dos meus pais, coisa que ja esperava, então não foi tão difícil esse primeiro momento com eles, embora deixe a gente tonta. Mas foi só a primeira impressão, depois tudo normalizou. E recebi muitos votos positivos e mãos amigas dos amigos e familiares próximos, minha irmã, meu irmão, minha cunhada, os pais do meu namorado. Foi ótimo, mas a insegurança continua. Alguns dias depois [ontem] eu estaria completando 25 anos, e já havia planejado uma pizzaiada num restaurante bem legal perto da universidade, ambiente próprio para crianças, amigos, e familiares, não sei por que, mas antes de saber que seria mãe, já queria juntar todo mundo, e fazer algo simples e especial. No decorrer do dia da aniversariante foi tudo tranquilo, alguns parabéns duplos via redes sociais e via telefone. No trabalho, só o barulho da furadeira me dizia que esse era mais um dia comum. E pensei: pocha, que aniversário diferente, nem parece que é meu, nem parece que existe. Depois do trabalho corri para casa, no intuito de me arrumar cedo e chegar na hora marcada no restaurante para receber as pessoas. E assim fiz. Cheguei ao restaurante, sentei e esperei os convidados chegar, lá ja estavam alguns, minha doce amiga Alana, seu companheiro Fredy, a mãe da Tai que chamo de tia Mary, que me é queridíssima, e o maguim, meu namorado. E já foram mil votos, mil forças. As pessoas foram chegando, e cada chegada brilhava como se fosse uma estrela cadente caindo do céu. Não sei nem dizer o quanto esse momento foi excepcional para mim. Estavam todos da minha lista de melhores amigos lá, todos menos dois amigos que não puderam ir por motivos que não vai constar aqui, mas que eram bons motivos para não ir. Sabe aquela turma gostosa que voce ama muito, e que quando se junta sai muita gargalhada? Aquela turma que te faz acreditar que voce é capaz e forte e linda e mulher? Sabe todos aqueles sorrisos sinceros que voce passa a semana procurando no trabalho, mas não encontra, e de repente como num passe de mágica estavam todos juntos sorrindo feito orquestra? Sabe aqueles abraços que te dão segurança, que são fortes e contagiosos assim como os laços dessas amizades? Pois é, eu senti isso e muito mais nessa noite. Senti que precisava daquilo pra seguir com a notícia da gravidez, precisava saber que mais do que eu, existem pessoas que acreditam em mim, no meu poder de gerar, de amar, e que estavam lá pra me dizer que tudo isso é amor, e que com amor eu vou gerar essa criança. assim como estavam lá pra estenderem as mãos, pra compartilhar daquele momento divino na vida da gente. Nossa, não sei nem explicar o quão importante foi a noite do meu aniversário para mim. Só gostaria de agradecer, agradecer eternamente por nos momentos que mais preciso dos amigos e da familia, eles estão lá, atravessando a estrada comigo, de mãos dadas. E hoje, depois de ontem, me sinto muito mais forte, eu e meu bebe pulsamos para existir, para fazer acontecer o que de mais belo pode existir, que é o amor. ontem eu senti, pra todos os lados que eu olhava que o amor vale, que o medo existe, mas basta coragem para dispersá-lo e seguir. Somos um, mas somos um todo. Um querido amigo, ao saber da notícia me escreveu por mensagem de celular algo assim: dani, que alegria ó, tamo junto nessa viu, estamos gravidos, eu voce, fulano, cicrano, etc. Gente, é gostoso demais ouvir isso. é gratificante, ENCORAJADOR, é de amor. E assim eu sigo, com meus quase dois meses de gravidez, com muito amor e satisfação no meu coração e nos meus arredores. Obrigada Familia e amigos, voces fazem toda diferença em minha vida, Amo voces, muito.

terça-feira, 26 de março de 2013

Os encontros da vida devem ser celebrados com todo amor do mundo, isso, que vai além da matéria, deve ser chamado felicidade, e que está presente em todos os elementos da natureza.

o amor que tudo fode


o que importa pra mim,
se pouco importa pra você?
se fecho a porta e ninguém vem de volta,
se olho a lua e olho só,
se te vejo em cada pé de gente,
se me vejo só,
que isso importa?
O que importa saber do mundo,
se você do meu mundo saiu,
de que vale tentar fazer parte disso tudo
e lutar pra melhor,
se você me esvaiu?
eu me fui
no mundo do meu eu
esse amor só me fudeu.