Diabo é isso?
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
não basta ser só.
basta ser pouco,
ser muito.
não basta ser igual.
a diferença faz a diferença entre os mortais.
não muito distante
de cada um estamos,
mas persistimos estar.
impregnamos o ar com euforias,
achando que ser muitas coisas
nos leva além.
impregnamos nossa alma de afazeres inúteis,
e quando ficamos a sós,
nos sentimos mesmo assim.
não por sermos inúteis,
mas por estarmos acostumados a uma lógica mecânica,
onde engrenamos uma grande máquina.
não basta só sair da linha por alguns instantes.
esquecer o tempo e viver como o vento
é um sonho não tão longe!
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Começaria tudo outra vez
Quantas vezes é preciso começar de novo para se chegar ao ponto pleno desejável?
quantas vezes é preciso mudar, mudar e mudar para se alcançar a gota azul do céu claro?
Quando se fala em realizar o que se almeja, não existe matemática, existe amor e perseverança, existe desejo, existe sonho, existem caminhadas!
Em uma sociedade como a nossa, desconfio do termo "felicidade" que estão usando por aí. O nosso interior é bem mais vasto do que toda esse exterior vazio cheio de imagens, o importante, é não se deixar enganar. Melhor tocar um violão com o som do coração, do que com uma cabeça de melão.
Eu, tu, eles e elas
que a saudade me invada e tome conta de mim
não sou só eu.
Sou tu, eles, elas e outros tantos
sou espírito livre e por espíritos livres também me apaixono
talvez por isso, sempre na próxima esquina,
um despedida, um encontro
talvez por isso sempre por saudade eu chamo
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Os amigos na vida do casal grávidos
Botamos nossas malas nos carros, e partimos rumo a um final de semana junto ao Parque das Cachoeiras em Guaramiranga-Ce. Quando chegamos, constatamos que a cachoeira estava sem água e sem possibilidades de banho, mas isso não foi motivo suficiente para deixar nosso final de semana chato. Pelo contrário, tudo virou piada. As meninas, Leina e Alana, ficaram encarregadas de me carregarem para bater umas fotos, e só mesmo amando muito para ter a paciência e o olhar perfeito para tornar as fotos um verdadeiro book artístico. Nas fotos é possível ver amor, amizade, leveza, liberdade, irmandade, sentimentos aguçados. Com os meninos não era muito diferente, sempre muito carinho com esse novo ser dentro da barriga e comigo, sempre uma disposição em estar junto e continuar junto, tão natural como o curso de um rio. E desse modo, é inevitável que uma das coisas que mais tenho sentido nessa fase da gestação seja a energia boa dos bons amigos, uma sensação de plenitude, confiança e alegria. Me sinto muito mais forte só em pensar no carinho e no amor que nutrimos uns pelos outros. E agora, de repente, parece que virei um depósito de atenção, carinho, mimos e ...ops, não exatamente eu, o Caetano em primeiro lugar, rsrsrs. E com todo esse a redor me sinto muito amada e capaz de amar. Parece que recebi uma dádiva, um concedimento para entrar num estágio de amor maior, sabe? E acredito que isso tudo não seria possível sem meus amigos e meus familiares. Uns acreditam em mim piamente, outros, no caso dos familiares, tem seus pés atrás, afinal, eu nunca fui muito de seguir a risca certinha do modo social de se viver. E modéstia parte, me orgulho muito disso. Pois o mundo do jeito que está não é confiável nem passivo de entrega e dedicação. Prefiro mesmo me dedicar ao que acredito, mesmo sendo muito difícil seguir e dialogar com isso, e prefiro que esse nosso jeito seja repassado para nosso filho. Me sinto cada vez mais forte pra seguir com o que acredito e principalmente acreditando cada vez mais nesse amor que envolve e que derrama, e que mal não faz, isso só faz bem. Caetano chega ficou tranquilo dentro da barriga, acho que ele, assim como nós, gosta mesmo é de estar em contato com a natureza, que somos nós, mas que estamos distante dela por motivos estúpidos que não vão constar aqui. E perto da nossa natureza selvagem estão também os outros bichos que precisamos comungar, e eis que para nós, são nossos amigos. O sentimento de amor que derrama talvez seja impossível descrever, eu só tenho a agradecer por sentir isso e por fazer parte de algo maior, que só o amor conhece! Bendita seja a natureza das boas vivenças, pois ela nos concede momentos e sentidos únicos e eternos.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
cheiro de infância e bicicleta
Não havia tantos carros na época de minha infância, ou mesmo
na adolescência, que já me fazem uns anos. Hoje acordei cedo, e fiquei com uma
lembrança do tempo que passou, das árvores mexendo, do sol ainda não tão
quente, das pessoas nas ruas indo comprar o café da manhã, e das crianças
daquele tempo. Quando sai do antigo bairro que morava quando menina, que era
periférico mas parecia mais um pequeno interior da capital, de nome modesto:
conjunto esperança, na minha cidade batizam os bairros pobres com nomes
fantásticos: jardim encantado, bom jardim, vila união, santa rosa, e por aí
vai. Mas como eu ia dizendo, quando sai do meu antigo bairro de origem, me
pesou a adolescência, a falta dos amigos que cresceram comigo, e lembro-me de
ter sofrido muito essa mudança de localidade, meu coração parecia ter ficado
lá. Mas hoje, quando me deparo com uma manhã de sol e calma, me lembro mesmo é da
infância, do seu Zé da bodega que já morreu, da minha primeira bicicleta, das
brincadeiras numa dessas manhãs tão belas. Lembro também da volta da escola,
com minha melhor amiga, onde o divertimento era curtir o vento que parecia nos
arrastar de tão magras que éramos, de sentar em qualquer banco em qualquer
esquina, sim nos bairros periféricos existem bancos e praças espalhados, assim
como nos interiores. Sentávamos e curtíamos a vida em sua plenitude, adorávamos
as sombras das árvores e nem se quer sabíamos de sua importância. Adorávamos os
fins de tarde, onde íamos num lugar que chamávamos de floresta, mas que era
apenas um monte de plantas juntas e uns banquinhos espalhados perto da estação
de trem. Lembro também de quando ela me chamava pra comprar cheiro verde para
sua mãe e tínhamos que atravessar os trilhos e chegar numa espécie de sítio
onde havia uma família que plantava e vendia verduras, naquela época o mais
emocionante era a travessia e a aventura, o cheiro verde fresco ficava por
conta do delicioso almoço que comeríamos mais tarde. Éramos crianças lindas e
cheias de vida, corríamos entre as ruas, desbravávamos o bairro inteiro, sempre
em andanças e idas e voltas ao colégio. Nos divertíamos muito, até a compra de
um salgado em uma lanchonete perdida, proximo a praça da igreja, nos fazia as
crianças mais felizes do mundo, ah como eu adorava pão de queijo e até hoje gosto
muito. Depois veio a adolescência e aquela coisa louca que só ela nos trás.
Essa fase que eu achei que ia sentir muita saudade na idade adulta, não me faz
tanta falta. Acho que sinto mais falta de um ou dois ou três anos atrás quando
peguei minha bicicleta pela primeira vez e pus me a correr kilometros nela, e
essa, depois da sensação da infância é a sensação mais gostosa de sentir, deve
ser por que me lembra exatamente a calmaria de uma vida simples, deve ser por
que quando fazemos algo apenas para ser feliz, realmente somos. Então ligo as
duas sensações, e vejo que elas podem ser uma e únicas. Hoje estou esperando
nosso adorável Caetano, e confesso que fico bastante preocupada com o mundo que
ele encontrará. Hoje são carros demais, árvores de menos, e as periferias já
não se parecem tanto com interiores. Hoje as crianças não sabem mais da onde os
alimentos vem, nem o prazer de sentar em baixo de uma sombra de árvore, ou pelo
menos é muito mais difícil de acontecer. Esse medo permeia minha alma, mas sei
que as crianças são perfeitas demais, e sempre encontram a natureza dentro de
si, sem querer, com naturalidade, assim como era com nós, pois a pureza só
existe lá na infância, onde ser feliz sem nem se quer procurar por isso, é tão
natural como caminhar. E eu espero que ele encontre um melhor amigo ou amiga de
infância, assim como eu, pois a vida compartilhada é muito mais rica de amor.
Um beijo Rebecca, esse texto dedico a você.
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