sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Silêncio

O velho mar se cala
a moça de saia não dança mais
onde está o claro dos teus olhos?
pra onde a noite estrelada rumou?

nos trilhos, nem trem, nem passos,
apenas ruídos de pássaros.
esses ainda cantam,
voam e me explicam algo do mundo,
visitam meus jarros,
meu girassol mexicano.
uma tulipa ainda está para nascer,
e ela vai ter o lugar mais belo na janela
que é pro beija flor se alimentar nela.

lá fora vai tudo bem, nada mal.
as pessoas continuam rumando para algum lugar,
os carros fazem barulho como antes, sem parar
os bares sempre cheios, cheios de casais amando,
casais brigando, amigos conversam fervorosos,
copos caem e quebram, vômito, alegria, lágrimas.
nos bares há de tudo.

mas aqui dentro sinto agonia,
sinto o silêncio,
a falta de uma palavra.
sinto algumas vezes que estou no lugar errado,
em outras, vejo que só poderia estar ali.
às vezes apenas sinto que deveria estarmos,
mas, por um ato de momento, desfaço o pensamento.

quase sempre me perco,
as vezes me acho.
mas mesmo assim, não é suficiente.
não é suficiente para minha alma fazer apenas o que quero
sinto falta dos sustos, das surpresas,
do ir embora, da volta sem data marcada.
sinto falta de cheiros diversos,
cheiro de mundo,
cheiro de amor,
cheiro de muito suor,
cheiro de graxa,
sinto falta das coisas de graça.

será que ainda vou ver o dia amanhecer que nem naquele dia?
será que um dia, aquele dia que a gente queria, chegará?
será que um dia, a vontade que me levou, um dia me trará?
será?

ah se o silêncio falasse!!!

Um comentário:

  1. Dani! Vou acompanhar esse também! (:
    Obrigada pelo comentário. Gostei! Aquele assunto me tira o juízo! =T

    Beijo!!!

    ResponderExcluir